Intertextualidade que doi


Hoje pela manhã, minha mãe acordou-me com a notícia de que meu tio havia sido encontrado morto em sua casa, algum tempo depois de sua morte?!?!?!?!!!!
Isolado, só, MORTO!
Ligaram-nos para que fôssemos cuidar de tudo; ele está no Hospital das Clínicas, e logo será enviado para uns minutos da família com o CORPO, sem velório, sem delongas...MORTO!
Doeu tanto, e ainda dói! Doeu a saudade que já tinha dele; doeu a vida que ele levava! Doeu! Dói.
Com toda a dor que tinha, escrevi a ele um poema, ou um epitáfio, ou uma homenagem que sempre fiz! Foi um tio que amei, como a todos.... Quem me conhece, sabe que sou apaixonada pelos meus tios.... quero-os sempre comigo.... Quem me conhece mais, sabe que sou cada pedaço da minha família; ela inteira e em partes!

Espero que gostem do poema.....
Espero que abriguem a intenção dele....
Espero que Deus guarde meu tio.... Porque no tempo do reencontro, vou fazer a ele todas as perguntas de quem vai guardar a saudade até lá!


Tio Zequinha: "Ave Maria, cheia de graça. O Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres, e Bendito é o fruto do vosso ventre: Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, os pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém"



"Numa intertextualidade tremenda, a hora conversa com a dor"

Andréia Medrado


E ele se foi
Ele era, simples era
E como em "Funeral Blues"
Os pontos se confundiram
E eu sou convidada
A outra vez
Observar a morte
Olhá-la, inerte
Eu inerte
Eu impotente
Eu culpada sem medo
Sem Norte ou Sul para perder
Perdida nos pontos que criei
Em "Funeral Blues" eu senti mais
Mas nesse cortejo
Eu não canto a voz
Que grita diante da via dolorosa
Ele se foi
Os avisos não chegaram
Ou ao menos souberam prenunciar
Só o descaso do acaso
E o coração abriga o esmo
Ele se foi
Ele
Ele que elegeu meu eu
Numa eleição premeditada
Permeada de ambição
Ele se foi
E levou consigo
O querer de eu querer
A parte minha que já tinha
A parte minha comum a nós
Foi embora
Foi sem medo
E sem machucar
Não na hora
Mas agora!
E a parte minha
Com lágrimas emprestadas
Dá adeus
E as flores cobrem
O que cobra o favor!
Ele se foi
E a saudade que faz troca
Foi ligeira, apressada
E fez morada
Porque sabe que vem para estar
Para dar tempero à dor
E acusar do tempo matado
Ele se foi
Anônimo, foi.
Foi agora e antes de saber
E sua partida
Deu sentido à dor estranha
Maior que força
E com confusão percebida
Ele se foi
E o firmamento tem esperado
Porque no tempo
We'll see again!
In my North, ON my South
With our pieces!
BE IN PEACE!

Tudo o que de mim se perde acrescenta-se ao que sou.”*


Fazia um pouco de calor, e resolvi andar sem roupa pela sala, brincar na piscina imaginária que eu teimava em trazer! Eu tinha quatro anos; portanto, não há certeza de que os fatos a seguir sejam completamente verdadeiros, ou se terão um pouco de minha imaginação "aquática-pluvial-semântica de Março".
Pois bem, naquele calor infernal eu procurava por uma piscina que sempre levava em meus momentos de deserto; era uma piscina incrível: geladinha, limpinha.... minha! E entrava quem eu quisesse! Eu detinha a chave do portão! Todo mundo entrava!
Na bagunça da festa, a água gelada correndo pelos nossos corpos, eu resolvi crescer! Uma parte da piscina já não era mais a minha; fui despejada; ou lesada? A outra parte que ainda me pertencia, permanecia cheia, e olhando do alto, nada me dava mais alegria! Ainda aquilo que era meu, não precisava ser desde que o que fosse meu por herança estivesse comigo!
Penso no que seria de mim se tivesse corrido atrás da piscina-metade-vazia... somente a teria comigo, e nada mais! Talvez precisasse de mais um pouco de cloro. É. Porque quanto mais sua é a água em que se banha, maior é a necessidade de limpeza que ela carrega. Ser sozinho é cinza demais! Na piscina, Oz ajuda a enxergar, e Totó aqui é mais uma das cores do pote que espera por mim.
Uma piscina assim valeu aos quatro; vale aos trinta! Minha!
O calor daquele dia passou, e a piscina por vezes ficara vazia; fora limpa com sangue verde e preenchida com pessoas de terra. Está pronta para usar! Estávamos nela, hoje. O Sol de hoje difere daquele sobre o qual já contei: é mais intenso, menos forjado; mais ameno mesmo mais temperado; temperado com sabor neutro e coloração lilás. O Sol de hoje fala com sotaques, e me prende mais que o de ontem. O Sol de hoje ignora minha piscina. Quer ser meu mais do que ela; e então vou ter de mudar meu pronome, e essa mudança ataca minha semântica, ferindo o que sei!
Minha piscina está um pouco preocupada com o Sol de hoje. Ele é gentil e sutil e a despreza! A minha piscina evoca meus quatro anos, mas estou sem terra, o sangue verde me deixou um pouco tonta, e agora preciso encontrar mais areia! Minha piscina se rende, e deixa a água entregue à transformação: ferveu! O Sol de hoje fez casinha na piscininha dos meus quatro anos, porque é dono incondicional da Piscina dos Trinta sem ao menos ter entregue dote algum!
E o que era para ser protesto virou carta de entrega sem necessidade de pagamento!



"Os versos meus.... tão seus"



Saudades de escrever assim! rsr

Doidinha, doidinha!

Para mim faz sentidooooo!!!!


Com minhas orações,


Déia Medrado


* O Título da Postagem são dois versos de Thiago de Mello: Vento Geral, O Narciso Cego.

Esquerda estúpida

Sobre a esquerdopatia que assola o BRASIL: acredito que revolução é obra de doentes mentais, sociais e espirituais. A cultura revolucionária parte de uma certeza absoluta: "nós, os revolucionários, somos os melhores seres humanos já nascidos e, portanto, sabemos o que é o certo e também o que é melhor para todos". Os revolucionários querem mudar o mundo e sempre conseguem: o "novo mundo" e o "novo homem" são infinitamente piores que os existentes. Os revolucionários destroem tudo e todos, pois querem, por definição, que todos sejam como eles. É isto ou a morte, mesmo que "em vida". A cultura revolucionária é a maior desgraça de todos os tempos e a maior de todas as mentiras. Por mais que se ache competente, uma pessoa ou grupo não é capaz de construir uma sociedade melhor por decreto. O revolucionário é um psicopata/sociopata e quando parte para a ação política torna-se também o maior de todos os criminosos. Para o bem da humanidade, a revolução precisa ser extirpada como a um câncer como diz Olavo de Carvalho.



Retirado do Blog http://cavaleirodotemplo.blogspot.com/

Semânticas

Palavras certas na mesma gramática
O choro certo para o violão primeiro
O riso perfeito para os lábios encontrados
Toda a verdade é hoje iludida
Em mentes encontradas por trabalhadores gramaticais inebriados por sorrisos últimos de quem nunca foi achado!


Escrito num dia de incertezas coerentes! Assim, como eu mesma!

A magia da saudade que não precisa da presença!



Some people want it all
But I don't want nothing at all
If it ain't you
If ain't got you
Some people want diamond rings
Some just want everything
But everything means nothing
If it ain't you
If ain't got you!





Há diversos modos de se fazer uma declaração de amor!
Há as músicas, as famosas, e supostamente bregas, serenatas; há as cartas, há as palavras! Mas tenho experimentado a cada momento de minha leve e abençoada existência que, embora A PALAVRA seja essencial, nossos gestos amam mais!
Claro, isso é uma observação pessoal, de uma vivência da Déia! Cheia de metáforas apaixonantes e paradoxos odiosos! That's me!!! :)
Dividindo meu sopro com as pessoas maravilhosas que conheço, percebo que o que vivemos é maior do que o aquilo que falamos, embora, quando transformamos em palavra, fora da poça, como dizia João Cabral de Melo Neto, a relação torna-se mais consistente! Eu teimo em amar e viver de um modo comunitário, e ao mesmo tempo, sozinho!
Amo porque decidi fazer isso, e então, as pessoas tornam-se para mim, para sempre! Elas são o meu para sempre! Viver nelas e com elas é o propósito de eu ser como eu sou.
Não quero o que todos querem! Uma vez me disseram que o topo era solitário, e que por isso, eu permanecia assim! Qual topo? Que cume cruel é esse? E mentiroso!!!! rsr
Embora eu passe metade dos meus dias sem ninguém por perto, sei que no reencontro, terei toda a plenitude de alguém que viveu a outra metade sem mim!
Que maravilha poder dizer isso, sem a reserva do medo, ou da censura....





Hoje Livre Sou!



Aos meus seguidores e leitores,





Enormes beijos!


Aos meus amores: carinhos! Abraços e vontade do próximo reencontro! A saudade é maior e alimenta o amor!


Beijos!

O que me completa (Uma homenagem aos Homens da Minha vida!)


Há alguns anos comprei um cd, que vinha com o título que começa essa postagem!
Sempre tentei entender... não consegui!

Hoje, não preciso mais do CD. Hoje, tenho o que me completa bem aqui: diante e dentro de mim!
Sou feliz assim! Com as dores que surgem; com aquelas que nunca vão! Sou feliz assim! E sem a mesma posição de Guimarães, nem a suavidade de Cecília, eu digo, mesmo assim: são meus completadores!!!!!!

Caminhando nas pegadas da volta


Texto já publicado em meu blog: http://coracaoescondido.blogspot.com

Há algum tempo já não apareço por aqui; durante um tempo, precisei de mim para seu eu mesma. Nesse tempo, contemplei em mim dores e alegrias de um tempo que foi, e que, incrivelmente paradoxo, volta constantemente; pude fazer uma releitura do que serei. Deixei conviver em mim as paixões, os medos, os anseios; gestei sonhos já nascidos, mas também, sonhos que ainda não foram gerados. Foi um tempo conturbado, bonito, calmo, escuro. Isso mesmo! Foi um tempo-sincronia-paradoxo! Meu tempo! E hoje, com tudo o que vivi, entendo que ainda tenho muito a partilhar, e que tudo em mim é sonho e fantasia, embora permeados em realidade perturbadoramente tangível. Há, hoje, novidades em mim que já foram relíquias; e meus tesoruros raros de hoje conquistaram a contemporaneidade de alguns. Estou feliz com a volta, que, embora ainda não seja definitiva, é um ponto de paz, é uma inquietude tranquilizadora de um tempo que é só meu; tempo este que dedico aos que me dão tempo, aos que me chamam tempo. Eu tive muitas mudanças, mas ainda sou a mesma que ama sem condições, e ama na ausência de amor, porque o ausente em mim pode ser real no outro. É com alegria que volto! Ainda em pedaços, mas fragmentos que me constituem como ser inacabado esperando, a todo momento, partículas dos que passarem por mim, para que, a cada dia, o Senhor das esculturas me molde de acordo com a vontade dele e a necessidade dos que vivem em mim!

O Mais-que-perfeito


Sendo o futuro um tempo inventado, sendo o passado um tempo perdido(?), resta-nos o presente! Nele encontramos, somos, fazemos, pensamos, cantamos, vivemos! Morremos!
Um presente não como dádiva, mas como solução!
Ah, Presente, quisera ter-te, e não mais perder-te!
Quem dera ver-te, amanhã...quem dera passá-lo para o que já não tem o dom!
Para mim o mais-que-perfeito é assim....sempre dá! Acho que o tempo da impossiblidade já passou! É agora o que dera, e quisera...também pudera: Encontramo-nos!

É tudo além da perfeição! E perfeição, eu pude provar: E X I S T E!!!!!

Could Be

Who knows?
Who knows?

"Duas pessoas podem sentar, uma de frente para a outra, sem se conhecerem.
Duas pessoas podem estar longe, mas nada mais no mundo as separa"

Uma frase pra completar meu dia!

Meu Pai, Padre Rô, diz que a saudade é uma pessoa! Minhas saudades têm nome!!!!



Para pensar....
Para refletir...

Quem ainda não quer algo assim?

Déia Medrado